Fichamento
“A invenção recebe diferentes formulações nesses trabalhos, mas o que importa é seu comparecimento como problema em domínios tão distintos de pensamento. A partir desse campo da atualidade, somo forçados a pensar, a interrogar a psicologia da cognição, a problematizá-la, enfim, a criticá-la. Evidencia-se na formulação dos dois enunciados que orientam esse trabalho – a inexistência de uma psicologia da invenção nos estudos da cognição e a necessidade de explorar as condições de sua formulação – um tom de crítica que é, ao mesmo tempo, vontade de outra coisa, de quebrar a linha de continuidade histórica que perpassa as diversas abordagens da cognição. Crítica que não implica um julgamento (Deleuze 1993) acerca de legitimidade dos estudos da cognição até então desenvolvidos, mas que é marcada pela positividade. As teorias da cognição serão problematizadas em virtude de terem operado uma totalização da cognição, efeito de um acento exclusivo na lógica que regula suas formas e estruturas.” (pág 14;15).
“Afirmar que não existe uma psicologia da invenção exige que se estabeleça uma distinção entre o que entendemos por “invenção” e o que a psicologia chamou de “criatividade” [...].” (pág 15).
“O que pode parecer, à primeira vista, um contra-senso – treinar a criatividade –, justifica-se e esclarece-se quando atentamos para a maneira como o problema da criatividade é, em geral, formulado. Desde os primeiros trabalhos, coloca-se em questão se ela seria uma função independente ou se deveria ser subsumida na inteligência. Há uma clara opção pela segunda alternativa, que já é, de resto, a de Guilford, que alarga o conceito de inteligência, definindo-a como uma capacidade múltipla de lidar com problemas, onde a criatividade ou a divergência comparece como um de seus fatores. A divergência pode, por sua vez, ser decomposta em outros fatores como