fichamento
O mundo do trabalho vivenciou uma situação fortemente crítica, nas últimas décadas, particularmente depois de meados dos anos 70, talvez a maior desde o nascimento da classe trabalhadora e do próprio movimento operário. (p. 185)
Nesse período houve um quadro de crise estrutural do capital, que se abateu sobre o conjunto das economias capitalistas a partir especialmente do início dos anos 70. (p. 186) Um segundo elemento fundamental para o entendimento das causas do refluxo do movimento operário decorre do explosivo desmoronamento do Leste Europeu (e da quase totalidade dos países que tentaram uma transição socialista, com a URSS à frente), propagando-se, no interior do mundo do trabalho, a falsa ideia do ‘’fim do socialismo’’ (p. 186)
É preciso acrescentar ainda que com a enorme expansão do neoliberalismo a partir de fins de 70 e a consequente crise do Welfare State, deu-se um processo de regressão da própria social-democracia, que passou a atuar de maneira muito próxima da agenda neoliberal. (p. 187)
Particularmente nos últimos anos, como respostas do capital à crise dos anos 70, intensificaram-se as transformações no próprio processo produtivo, pelo avanço tecnológico, pela constituição das formas de acumulação flexível e pelos modelos alternativos ao binômio Taylor/Fordismo. (p. 188)
A classe trabalhadora fragmentou-se, heterogeneizou-se e complexificou-se ainda mais. Tornou-se mais qualificada em vários setores, como na siderúrgica, onde houve uma relativa intelectualização do trabalho, mas desqualificou-se e precarizou-se em diversos ramos como na indústria automobilística. (p. 189)
O entendimento abrangente e totalizante da crise que atinge o mundo do trabalho passa, portanto, por esse conjunto de problemas que incidiram diretamente no movimento operário, na medida em que são tão complexos que afetaram tanto a economia política do capital quanto as