fichamento
FICHAMENTO
SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E DESENCANTAMENTO
RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociedade, Educação e Desencantamento. In Sociologia da Educação. Rio de Janeiro. Lamparina, 6ª edição, 2007 pág. 51-69.
As sociologias de Durkheim e Marx, já vimos, partiram da ideia de que só é possível compreender as relações entre os homens se compreendermos a sociedade que os obriga, em níveis e em medidas diversas, a agir de acordo com forças estranhas a suas vontades individuais, e impositivas com relação a elas. Para o primeiro, a educação é o mecanismo pelo qual o indivíduo torna-se membro da sociedade, se “socializa”; para o segundo, ela é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode ser utilizado para oprimir ou para emancipar o homem”. Mas há outro ponto de partida possível. A sociologia do alemão Max Weber (1864-1920) tem como premissa a ideia de que a sociedade não é apenas uma “coisa” exterior e coercitiva que determina o comportamento dos indivíduos, mas sim o resultado de uma enorme e inesgotável nuvem de interações interindividuais. A sociedade para Weber não é aquilo que pesa sobre os indivíduos, mas aquilo que se veicula entre eles. As consequências dessa visão para a sociologia da educação, é claro, serão bastante significativas. O ponto de partida de toda sociologia weberiana reside no conceito de “ação social” e no postulado de que a sociologia é uma ciência “compreensiva”. Tanto o mundo natural quanto a realidade da via social são concebidos por Weber como um conjunto inesgotável de acontecimentos. Ao contrário de Durkheim, ele postula que, diferentemente das ciências naturais, para as quais os acontecimentos são relativamente independentes do cientista que os analisa, nas ciências sociais – entendidas por ele como aquelas que dizem respeito à vida cultural – os acontecimentos dependem fundamentalmente da postura e da própria ação do investigador. Já de saída recusa tratar os “fatos” sociais como se fossem