Fichamento
BARBOSA, Rui. Oração aos moços. (Edição: Ridendo Castigat Mores. Versão para eBook: eBooksBrasil.com. Fonte digital: RocketEdition de 2.000 a partir de HTML em jahr.org.) O livro “Oração aos moços” de Rui Barbosa é uma verdadeira oração voltada para os formandos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a tão célebre USP- Universidade do Estado de São Paulo. Porém, Barbosa não pôde comparecer ao evento, pois não estava bem de saúde, assim, utilizou o poder das palavras para fazer um discurso comovente, sábio e espirituoso. A ausência de Rui Barbosa não foi um empecilho para passar a mensagem que ele desejava. O mesmo fala que estará muito próximo dos formandos, e que esta proximidade é um “Milagre do coração (...)”. (p.4). Tal órgão é, para Rui, a fonte de fé e esperança, sendo capaz de enxergar o infinito e o invisível aos olhos. Assim, é notória a importância do coração para uma boa integridade do ser humano, no caso do Direito, para a construção de profissionais éticos. “(...) até Deus mesmo, inviso como os panoramas íntimos do coração, mas presente ao céu e à terra, a todos nós presentes, enquanto nos palpite, incorrupto, no seio, o músculo da vida e da nobreza e da bondade humana.” (p.5). Nas páginas seguintes, o autor fala sobre o sentimento da ira, entretanto, ao contrário da visão pessimista do ser iroso que a sociedade tem, Barbosa retrata-a de forma otimista, como algo que é essencial para mudar tudo o que há de blasfemo, profano, imoral, corrupto e hipócrita no meio social. “Nem toda ira, pois é, maldade; porque a ira, se, as mais das vezes, rebenta agressiva e daninha, muitas outras, oportuna e necessária, constitui o específico da cura.” (p.13).
Sequencialmente, o ilustre advogado desconstrói outra visão social de que a bondade alheia nos torna melhores, dizendo que a maldade, o mal querer dos nossos inimigos são as verdadeiras fontes do nosso crescimento pessoal. “Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas.