Fichamento
In: O Semeador e o Ladrilhador. (capítulo IV)
Para Sérgio Buarque as cidades eram instrumentos de dominação. A Coroa Espanhola e sua colonização se caracterizaram pelo o que faltou na Coroa Portuguesa: a insistência em assegurar o predomínio militar, econômico e político da metrópole sobre as terras conquistadas. Enquanto a portuguesa criou cidades em suas colônias. O autor mostra como eram construídas tais cidades. As ruas não se deixam modelar pela sinuosidade e pela acidez dos solos. Impõe-se as linhas retas. As construções das cidades começaria sempre pela praça central, principal, maior onde normalmente se localizava uma igreja. Quando a cidade se situava em costa do mar, essa praça ficaria no lugar de desembarque do porto, e quando em zona mediterrânea, no centro da povoação. Esta praça serveria de base para os traçados das ruas. Sérgio Buarque cita que “a povoação partia nitidamente de um centro; a praça maior representava aqui o mesmo papel do cardo e do decumanus nas cidades romanas”. Os portugueses se distinguem também pela predominância de seu caráter de exploração comercial. Expondo a localização dos edifícos nas cidades, os espanhóis optaram por um lugar onde a altitude é maior para que o clima se assemelhasse com os que eles já estam acostumados em seu país. Ao contrário da colonização portuguesa que foi antes de tudo litorânea e tropical. Para Portugal suas colônias eram grandes feitorias. Concluindo: enquanto a colonização portuguesa se concentrou predominantemente na costa litorânea, a colonização espanhola preferiu adentrar para as terras do interior e para os planaltos.
O interior do Brasil não interessava para a metrópole, pois sabiam que os produtos produzidos junto ao mar podiam conduzir-se facilmente á Europa, e que os do sertão seriam dificultados pelo transporte, pelo tempo em que demoravam para chegar aos portos e pelas despesas. Mas, com a fundação de São Paulo, São Vicente decaiu, e mesmo