Fichamento
Se já havia contradições nas colônias, elas só aumentaram com o uso funcional das cidades como impulsionadoras do desenvolvimento e sedes do capitalismo à brasileira. O Rio de Janeiro é um bom exemplo de modelo urbano. As propostas de desenvolvimento a partir do século XIX apontam uma trajetória retilínea, cheia de determinação que passa pelas cidades. É um tempo em que tradições antigas estão sendo superadas, enquanto são propostos novos modelos de articulação da sociedade.
No país, marcado desde as origens por diferenças sociais rígidas, igualdades e direitos do indivíduo surgem como parâmetros desnorteantes. Para os pobres do fim do século XIX, a vinda para a cidade representa a possibilidade de entrar, de repente, em outro mundo. Hoje tudo se inverteu: é a minoria que não está em grandes cidades.
Em torno das grandes cidades vai se compondo um estranho padrão morfológico de ocupações distintas do solo. A pesar de servirem aos mesmos usuários e de tangenciarem, conjuntos e loteamentos falam linguagens opostas. Em vez de diversidade, o que há é confusão e indefinição do espaço. Os urbanistas praticantes de teorias sempre tiveram as questões relativas ao uso e ao mercado como fundamentais nos espaços urbanos. Só que, a despeito do acentuado positivismo, lidavam com repertórios simbólicos.
O capitalismo em versão brasileira gerou uma quantidade incalculável de problemas paras as cidades. Empurrou para elas multidões