Fichamento - o príncipe
Teoria Geral do Estado e Ciência Política
Professora Júlia Moretto Amâncio
Marilene Petruci dos Reis Alves Pimenta – 201221363 Turma 27A
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe: comentários de Napoleão Bonaparte. Tradução Edson Bini. 12. ed. São Paulo: Hemus, 1996. 216 p.
“Mas sendo minha intenção escrever algo útil para quem se dispõe a entendê-lo, pareceu-se mais conveniente perseguir a verdade efetiva do que a sua idealização. Muitos imaginam repúblicas e principados que nunca foram vistos nem conhecidos no mundo real.” (MAQUIAVEL, 1996, p. 116). Esse realismo presente nas palavras de Nicolau Maquiavel provoca uma ruptura com a tradição clássica de pensar a política prescritiva e normativamente. Por possuir experiência como chanceler e tendo sido incumbido da missão de instituir uma milícia nacional italiana, o pensador florentino tem um conhecimento empírico, pragmático, de modo que busca enxergar as coisas como elas são, desprovidas de qualquer abstração ou idealização.
Em virtude disso, suas ideias são frequentemente associadas às mais duvidosas doutrinas, controvérsias e teorias políticas e morais do nosso tempo. O termo “maquiavélico” tornou-se expressão corrente para designar pessoas inescrupulosas que visam a atingir seus objetivos sem se importar com os meios utilizados para tal. Atribuindo a máxima “os fins justificam os meios” ao pensamento maquiaveliano, principalmente ao interpretar a passagem “os meios serão sempre considerados honrosos e elogiados por todos, porque o vulgo atenta sempre para as aparências e o resultado” (MAQUIAVEL, 1996, p. 131), muitos leitores fazem uma leitura anacrônica de sua obra. Maquiavel escreveu O Príncipe em meio a uma Itália fragmentada, na qual a desordem e a instabilidade eram incontroláveis, de modo que dedicou este pequeno livro que escreveu em um curto espaço de tempo a Lourenço de Médici para aconselhá-lo acerca das atitudes que deveria tomar para restaurar a ordem na península.