Fichamento- O mito do paraíso racial
- No terceiro capítulo do livro “Pecado e salvação ao sul do Equador”, Larry Rotter continua desenvolvendo questões a acerca dos costumes, práticas, ideologias, etc. sobre o Brasil. Nesse texto, o autor propõe a análise sobre as questões raciais evidenciadas no contexto brasileiro a partir de reflexões e exposições históricas.
- O autor aponta a ambiguidade da questão racial no Brasil, discordando de estudos anteriores que apontavam baixa quantidade de segregação racial se comparados à política de segregação recente – até os anos 60- presente na institucionalização norte-americana. A questão racial no Brasil é implícita, não está evidenciada com leis ou práticas expostas de preconceito. O que há é um preconceito implícito nas relações e no mito da miscigenação.
- Apesar de estarem em grande contingente populacional, os afrodescendentes são marginalizados e permeiam as camadas mais baixas da sociedade. Apesar de não ser institucionalizado, as repressões existem e podem surgir, por exemplo, a partir da repressão de um agente da lei.
- Os casamentos inter-raciais são comuns no Brasil, o que seria visto de forma estranhada nos EUA, onde a segregação é mais delimitada. Geralmente essas relações estão presentes na classe mais pobre, devido à proximidade.
- A questão posta pelo autor não é a de que o Brasil é mais brando em segregação do que os EUA, mas que são formas distintas de garantir a segregação do povo negro. Enquanto o estadunidense é mais sectário, o Brasileiro costuma se relacionar com mais facilidade com outra raça, mas as distinções existem e se mantém forte no interior da sociedade.
- Para elucidar o que propunha, o autor exemplifica uma situação na qual o antigo presidente da República Fernando Henrique Cardoso, branco e representante da elite branca, afirmou que tinha “um pé na cozinha”. Essa expressão evidencia o senso-comum da questão racial no