Fichamento - O mito da caverna
CIÊNCIA POLÍTICA
1
Platão. A República, livro VII (Alegoria da Caverna).
São Paulo. Editora Martin Claret, 2000.
"Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende em todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que queima ao longe, numa elevação, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero dos tapumes (...) Veja também ao longo deste muro homens que transportam toda a espécie de objetos, que o ultrapassam (...)" p. 210.
"De qualquer modo – afirmei - pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objetos." p. 211.
"Se compreendesse que o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver, não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por falta de hábito, por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a uma luz mais brilhante, não estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes; à primeira, deveria felicitar pelas sua condições e pela seu gênero de vida, de segunda, ter compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível essa zombaria que se aplicasse àquela que descia do mundo luminoso." p. 213.
"Mas a faculdade de pensar é, ao que parece, de um caráter mais divino, do que tudo o mais; (...)" p. 214
"Mas a verdade é essa: na cidade em que os que têm de governar são os menos empenhados em ter o comando, essa mesma é forçoso que seja o melhor e mais pacificamente administrado, e naquela em que os que detêm o poder fazem o inverso, sucederá o contrário. (...) Se, porém, os mendigos e os esfomeados de bens