Fichamento - A morte do autor
Natália Camilo Campos
BARTHES, Roland. A morte do autor. In: O rumor da língua. São Paulo: Martins Fontes, 2004. Disponível em Acesso em 24 Ago. 2014.
1. Resumo
O texto de Barthes defende, basicamente, a descentralização da figura do autor da forma como é tomado na concepção moderna. É apresentada uma realidade atual na qual o autor é tido como parte da análise de uma obra, como que mantendo uma conexão e tentando-se entender a obra a partir do ponto de vista, do momento e da personalidade de quem a produziu. Barthes defende que o texto, uma vez existente, deva ser levado em consideração segundo sua escrita, e não segundo o próprio autor, o que abre inúmeras possibilidades de recebimento e interpretação, dado que o autor, em si, deixa de existir, dando espaço ao texto como algo imparcial e existente por si só, propiciando, por fim, o nascimento do leitor, que passa a poder dar ao texto suas múltiplas significações.
2. Citações
“Quem fala assim? [...] Será para sempre impossível sabê-lo, pela boa razão de que a escrita é destruição de toda a voz, de toda a origem. A escrita é esse neutro, esse compósito, esse obliquo para onde foge o nosso sujeito, o preto-e-branco aonde vem perder-se toda a identidade, a começar precisamente pela do corpo que escreve” (p. 1).
Barthes apresenta um trecho, então dito, dentro de um texto específico, e questiona a respeito de quem o diz, apontando como impossível uma afirmação concreta da resposta. Não se trata, aqui, de uma análise literal, mas da indicação da situação mencionada como uma generalidade, como algo que sempre acontece em qualquer situação de leitura. A ideia é apresentar a escrita como sendo algo que vai além da conexão autor-texto, e que envolve toda uma complexidade em que os sujeitos envolvidos perdem sua identidade, a começar pelo sujeito do próprio autor. Foca-se, portanto, o texto livre, sem vínculos com quem o escreve ou com quem o lê.
“Sem dúvida que foi sempre assim: desde o