Fichamento Scientia Sexualis Foucault

1934 palavras 8 páginas
Seminário “Scientia Sexualis”
Em linhas gerais, o que Foucault aborda neste capítulo nada mais é que as preocupações que perpassaram toda a sua carreira intelectual: a constituição do sujeito ocidental e a chamada “economia dos discursos”. Ao longo do seminário, isso será melhor tratado.

Como vimos em “A Hipótese Repressiva”, o discurso sobre o sexo tem se multiplicado em vez de rarefeito, e tem garantido mais um despropósito sexual, do que interditos ou proibições.

Trata-se de uma ciência feita de esquivas, recusando-se em falar do próprio sexo, ela acaba se referindo às suas “aberrações”, “extravagâncias excepcionais”, “anulações patológicas”... Enfim, uma ciência essencialmente subordinada aos imperativos de uma moral.
-> Ou seja, entra em jogo uma prática médica mais servil ante às potências da ordem do que dócil às exigências da verdade.

São discursos que procurarão assegurar o vigor físico, a pureza moral do corpo social, eliminar os portadores de taras. Em nome de uma urgência biológica e histórica, que inclusive sustenta racismos oficiais.

O discurso científico sobre o sexo no século XIX era transpassado, obviamente, cheio de credos e também de ofuscações sistemáticas: a recusa de ver e ouvir. Mas Foucault alerta: esquivar, barrar o acesso, mascarar, enfim, não querer conhecer também é uma peripécia da vontade de verdade!
-> Como exemplo, Foucault cita o aparelho Salpêtrière de Charcot (escrever o nome do hospital), que com métodos de incitação, eliminava progressivamente, nos pacientes, ações a propósito do sexo.

E o que realmente importa nessa história não é o “tapar os olhos e ouvidos”, mas a construção desse imenso aparelho, por exemplo, para produzir a verdade do sexo, mesmo que para mascarar-la no último momento. -> O sexo não é objeto somente de sensação e de prazer, de lei ou de interdição, mas de verdade e falsidade. A verdade do sexo se tornou coisa essencial, útil ou perigosa, preciosa ou temida, em suma, o sexo se

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