Fichamento/Resenha do livro Dia de um Escrutinador

O livro se passa na Itália do século XX e o personagem principal e narrador é Amerigo, afiliado ao partido comunista que leva os valores do comunismo consigo de diversas formas. É, ou ao menos se define como, pessoa recolhida, discreta, que não ativista e cética (como bom italiano). De sua maneira, admira as mulheres, as identifica como inteligentes e práticas e admira-se que tenha demorado tanto para que elas tenham conquistado direito ao sufrágio e também outros direitos civis. Amerigo foi convocado a trabalho em seção eleitoral localizada no convento/hospital Cottolengo de Turim, onde, como vemos ao longo da história, o responsável é um padre, as funcionárias e cuidadoras são freiras e os internos são doentes terminais, deficientes físicos e mentais de variados graus e os que nosso personagem prefere chamar de idiotas. Embora fique clara a relação do hospital com a religião, a seção de votação lá instalada e as atividades exercidas nesta devem ser totalmente laicas. Há mistura de escrutinadores partidários da esquerda (comunismo), da direita (socialismo) e sem partido, assim como pessoas de diferentes credos religiosos - isso tudo para colaborar com a devida democracia. É visível que Amerigo enxerga os pacientes deficientes ou mesmo anões como coitados, comparando-os inclusive com frutos de incesto, que num tempo remoto eram motivos de vergonha e necessidade de segredo, sendo inclusive privados da convivência em sociedade; debocha internamente dos pacientes e, como dito, os considera idiotas que com certeza não deveriam, em nenhuma hipótese ou visão de mundo, receber tratamento igualitário. Eles simplesmente são seres inferiores, portanto como concordar com a ideia de sufrágio universal? Neste atitude e neste tipo de pensamento, não consigo identificar o ideal comunista, mas alguma coisa relacionada ao fascismo, até porque há a menção de Hitler e de Esparta e seus relativos genocídios. No decorrer do livro e com os comentários do personagem principal,