Fichamento nogueira, maria alice, nogueira, claudio marques. um arbitrário cultural dominante. bourdieu pensa a educação. revista educação especial: biblioteca do professor, n.5, são paulo: ed. segmento, s.d., p.36-45.
NOGUEIRA, Maria Alice, NOGUEIRA, Claudio Marques. Um arbitrário cultural dominante. BOURDIEU pensa a educação. Revista Educação Especial: Biblioteca do Professor, n.5, São Paulo: Ed. Segmento, s.d., p.36-45.
“O melhor ponto de partida para compreender as idéias de Bourdieu sobre o conhecimento e o saber talvez resida na noção de “arbitrário cultural”. Inspirando-se nas concepções antropológicas de cultura, o sociólogo francês postula que nenhuma cultura pode ser objetivamente definida como superior a outra. Os valores e significados que orientariam cada grupo social em suas atitudes e comportamentos seriam, por definição, arbitrários, não estando, portanto, fundamentos em nenhuma razão objetiva, universal” [..] (p.36)
“Apesar de arbitrários, esses valores e significados – ou seja, a cultura de cada grupo - seriam vividos pelos indivíduos como os únicos possíveis ou, pelo menos, como os únicos legítimos. Para Bourdieu, o mesmo ocorreria no caso da escola. A cultura consagrada e transmitida pela instituição escola não seria objetivamente superior a nenhuma outra.” (p.36)
“[...] De um modo geral, os valores e significados arbitrários, capazes de se impor como cultura legitima, seriam aqueles sustentados pelas classes dominantes. Portanto, para o autor, a cultura escolar, socialmente legitimada, seria a cultura imposta como legitima pelas classes dominantes.”(p.37)
“Bourdieu observa, no entanto, que a autoridade pedagógica, ou seja, a legitimidade da instituição escolar e da ação pedagógica que nela se exerce, só pode ser garantida na medida em que o caráter arbitrário e socialmente imposto da cultura escolar é ocultado. Alias, é central, em seu pensamento, a idéia de que toda forma de hierarquia social retira sua legitimidade do fato de a arbitrariedade, que esta na origem de sua constituição, passar despercebida.” (p.37)
“[...] Segundo a fórmula célebre de Bourdieu, em seu artigo, “A Escola Conservadora”, de 1996: “para que sejam favorecidos