Fichamento Mundialização e Cultura - Renato Ortiz
• Conta-se a história do executivo alemão que, viajando a negócios, incomodou-se profundamente com sua estada na China, mudando de postura ao chegar a Hong Kong, passando a se sentir em casa. Essa é apenas uma analogia ao que acontece no mundo inteiro: pessoas viajam para lugares extremamente diferentes de seus países de origem, mas mesmo assim conseguem se identificar.
• É explicitado o termo “não-lugar” que diz respeito às cidades que se desfazem de suas raízes, esvaziando-se de sua própria cultura, para serem preenchidas por uma identidade mundial – conceito de desterritorialização.
• Esse processo de mundialização das cidades e da cultura ocorre, principalmente, por dois motivos interligados: o compartilhamento universal de objetos e o avanço tecnológico, que é o que permite o primeiro. “As corporações transnacionais, com seus produtos mundializados e suas marcas facilmente identificáveis, balizam o espaço mundial” (página 107).
• A disseminação desses objetos se justifica quando pensamos em diminuição de gastos por parte das empresas. Cada peça, independente do lugar que venha, no momento da montagem deve ser adquirida de uma forma tal que, ao final, o lucro seja o maior possível.
• A desterritorialização também está ligada ao conceito de cultura internacional-popular, voltada para o mercado consumidor unificado e internacional, ao mesmo tempo. É dado o exemplo de filmes de faroeste que, a princípio, profundamente associados ao cinema americano, perdem força em Hollywood e passam a fazer sucesso na Austrália e Itália.
• Também é abordada a questão da influência dessa cultura no meio social: na literatura, por exemplo, ou até mesmo na moda. A alavancada do uso dos jeans foi citada por Ortiz, fruto desse mesmo Faroeste americano.