Fichamento-Homem e a sociedade

4 - OS PAIS FUNDADORES DA ETNOGRAFIA

No início do Século XX ocorreu uma grande revolução, no campo da Antropologia, pondo fim às repartições de tarefas que eram um hábito até àquele momento. Essa divisão de tarefas ocorria de modo que os viajantes traziam relatos das observações feitas em suas viagens e entregavam esses relatos aos antropólogos, que recebiam, analisavam, e interpretavam essas informações, na época esta função era considerada nobre.

“A etnografia propriamente dita só começa a existir a partir do momento no qual se percebe que o pesquisador deve ele mesmo efetuar no campo sua própria pesquisa, e que esse trabalho de observação direta é parte integrante da pesquisa. “ (Pag.75 Cap.4).
A partir de então surgiu a necessidade de o pesquisador deixar seu gabinete e efetuar, no campo, sua própria pesquisa, de maneira que a observação passou a ser parte integrante da pesquisa.

“... O pesquisador compreende a partir desse momento que deve deixar seu gabinete de trabalho para compartilhar a intimidade dos que devem ser considerados não mais como informadores a serem questionados, e sim como anfitriões que o recebem e mestres que o ensinam. Ele aprende então, como aluno atento, não apenas a viver entre eles, mas a viver como eles, a falar sua língua e a pensar nessa língua, a sentir suas próprias emoções dentro dele mesmo ...” (Pag.75-76 Cap.4).

François Laplatine destaca importantes etnólogos e suas contribuições para a Antropologia, Franz Boas (1858-1942) e Bronislaw Malinowski (1884-1942).

A principal contribuição de Boas deve-se à sua pesquisa microssociológica, que ele então afirmava que no campo nenhum detalhe deveria passar despercebido e ainda que um costume só tem significação se for relacionado ao contexto particular no qual se insere, mas para chegar a essa conclusão seria necessário que o próprio antropólogo fizesse as observações e tivesse uma experiência com novas culturas, sem considerá-las superiores nem inferiores.

“.... No campo, ensina