Fichamento Hall e a desconstrução do popular
Diáspora. SOVIK, Liv (UFMG, 2003)
Em seu artigo, Notas sobre a desconstrução do popular, Stuart Hall explica o
que é popular ao descartar as suas principais formas de conceituação. Primeiramente,
ele contextualiza historicamente a evolução da cultura popular, na qual a sociedade
entra em um capitalismo industrial que tenta reverter o significado da cultura popular a
fim de criar uma sociedade de consumo. Posteriormente, Hall apresenta três definições
sobre o que é o popular. A primeira está relacionada à massa, ou seja, um grande
conjunto de pessoas sem distinção que são controladas por outras pessoas, geralmente
a elite. Essa definição pode ser relacionada com a massa e a indústria cultural propostas
por Adorno e Horkheimer. O outro conceito debatido por Hall é aquele que afirma que
a cultura popular é tudo o que o povo produz. O conceito aceito por ele refere-se ao
popular como qualquer atividade produzida por uma classe social específica que faz
parte da tradição popular.
os refuta logo em seguida, a fim de mostrar a melhor maneira que o popular pode ser
conceituado. No primeiro conceito, ele diz a cultura popular não pode ser vista somente
como mercado, porque o povo não é inerte ao controle da indústria cultural; ele diz que
a cultura dominante tenta limitar a popular a fim de facilitar o controle, mas a cultura
popular é múltipla e cabe a ela resistir ou aceitar. Isso é visível na adequação dos
produtos midiáticos a todos os tipos de público. A segunda definição é refutada pelo
simples fato de que nem tudo o que é produzido pelo homem pode ser considerado
cultura. Mas outra dificuldade enfrentada – também atrelada à anterior - com essa
conceituação é a classificação do que é e não é popular. A cultura popular é formada
pelo embate entre a cultura da elite e da periferia e cada um se diferencia