Fichamento DUBY, Georges. Senhores e Camponeses
Texto: AMALVI, Christian. Idade Média. In: Dicionário temático do ocidente medieval. Bauru/São Paulo: Edusc/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002, v. 1, p.537-550.
A Idade Média é um mito, um conjunto de representações e de imagens em perpétuo movimento amplamente difundida, de geração em geração, na sociedade. p. 537.
O conceito desvalorizante de Idade Média é fruto de um fenômeno cultural e religioso. p. 537.
Cultural: Petrarca inventa no século XVII a terminologia medium tempus, Voltaire a aperfeiçoa o XVIII. p. 538.
Religioso: A Reforma Protestante procura retornar aos textos da Antiguidade, criticando a Igreja que se tornou presa ao visco terrestre durante a Idade Média
O interesse pela Idade Média aparece já no fim do século XVIII na corrente neoclássica e é coroado pela obra “Templiers” de Raynouard, em 1805. p. 538.
O século XVIII detesta a Idade Média que o Romantismo venera; Os Românticos são apaixonados pelos períodos de transição e ruptura. p.539.
Começo do XIX: o povo se torna o ator privilegiado da história. Michelet assimila a Idade Média à infância do povo, uma etapa capital de seu desenvolvimento; Joana d´Arc é exemplo desse papel do povo na “aventura” da Nação Francesa. p. 539 e 540.
A redescoberta da história medieval, em meados do XIX, se revela na proteção do patrimônio monumental, por exemplo: Viollet-le-Duc na arquitetura néo-gótica. p. 540.
Na Alemanha esse fenômeno ganha ainda um viés nacionalista com a Catedral de Colônia (1880) e o Museu Nacional Germânico de Nuremberg, símbolo da unificação da Alemanha, que significaria um novo Sacro Império Romano-Germânico. p.540.
A Idade Média na França apareceu para legitimar os combates políticos e religiosos da III República; disputa entre duas escolas: a-) Confessionais: valorizam os tempos fortes da Cristandade(o batismo de Clóvis, a coroação de Carlos Magno em Roma e as cruzadas) b-) Laicas: buscam eventos que seriam prenúncio da Revolução Francesa