fichamento do texto 21 anos de regime militar: Balanços e perspectivas
O período entre as décadas de 30 e 70 no Brasil foi marcado pela trajetória desenvolvimentista da indústria nacional, por outro lado se observa um grau elevado de continuidade e concentração institucional. O período anterior a este, presenciou a criação espontânea de organizações de proletariado que, no período seguinte, foram destruídas, ao inverso das organizações do empresariado que conseguiram permear a troca de regime, mantendo a estrutura montada. Os sindicatos, federações e confederações já dominados pelo empresariado. Além da preservação das instituições do empresariado, percebe-se ainda uma institucionalização dos interesses burgueses, pelo sistema corporativo de intermediação de interesses que viabilizou uma inserção direta no aparelho do Estado, um executivo superpoderoso e um judiciário esvaziado, que fazia do executivo uma área onde o empresariado era privilegiado. Este sistema corporativo de intermediação de interesses representou uma segregação dos conflitos, restringindo a sua visibilidade e portanto seu poder de contagio e articulação. A redemocratização pós-45 e os regimes militares reforçaram esta estrutura, possibilitada por um Estado intervencionista. A desarticulação do empresariado fazia desta categoria uma força reativa, onde a cúpula não se pronunciava sobre decisões politicas fazendo-a apenas os níveis intermediários ou baixos, podendo porém se envolver em campanhas a favor dos seus interesses ou contra os valores antiindustrialistas os industriais, extrapolando os métodos formais. O regime militar sconseguiu nos primeiros 10 anos uma avaliação positiva das classes dominantes, pois as expectativas de ganhos futuros garantia a legitimidade do sistema para as suas bases de sustentação. A destruição dos canais autônomos de representação foi substituída por meios alternativos de atrelamento das classes dominantes ao Estado. Os órgãos de estruturação da economia no