Fichamento do livro movimento camponês rebelde
FELICIANO, Carlos Alberto. Movimento camponês rebelde: a reforma agrária no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006.
“[...] as principais correntes teóricas que permeiam o debate sobre o modo capitalista de produção e a agricultura brasileira são a teoria clássica, que defende uma generalização inevitável das relações capitalistas do campo, sendo que em determinado momento há uma divergência com relação aos caminhos dessa generalização; a tese sobre a existência e permanência de relações feudais de produção na agricultura; e uma terceira corrente que tem como princípio e entendimento a criação e recriação do campesinato e do latifúndio no campo brasileiro” (p´. 21).
“[...] o campesinato e o latifúndio seriam os indícios da permanência e fundamento dessa interpretação. A total penetração do capitalismo no campo ocorre a partir do rompimento com as estruturas políticas tradicionais de dominação. Esse processo aconteceria nas seguintes etapas: 1. a transformação do camponês em produtor individual, em que este perderia todos os vínculos com o modelo comunitário tradicional vivido anteriormente; 2. a maior inserção no mercado forçando-o a procurar investimentos que antes eram fabricados domesticamente (separação de industrial rural e agricultura); 3. como produtor individual, livre das amarras do modelo arcaico e atrasado, esse camponês estaria totalmente inserido e dependente do mercado, a tal ponto que se endivida e paga altos preços por empréstimos para saldar dividas. O processo descrito é bastante linear” (p. 23-24).
“Todas essas relações são complexas, pois há várias circunstâncias envolvidas. Em um primeiro momento, são componeses acampados em barracos de lona reivindicando acesso à terra (permanecendo somente à noite); em um segundo momento, são meeiros, porém só podem ficar na propriedade durante o dia; já em um terceiro momento, usam o trabalho acessório (assalariado) em situações mais apuradas do ciclo agrícola. Tendo esse fato em