Fichamento Desenvolvimento como Liberdade_cap. 1 e 2
11796 palavras
48 páginas
1.A PERSPECTIVA DA LIBERDADE
“NÃO É INCOMUM os casais discutirem a possibilidade de ganhar mais dinheiro, mas uma conversa sobre esse assunto por volta do século VIII a.C. é especialmente interessante. Nessa conversa, [...] uma mulher chamada Maitreyee e seu marido,
Yajnava1kya, logo passam para uma questão maior do que os caminhos e modos de se tornarem mais ricos: Em que medida a riqueza os ajudaria a obter o que eles desejavam?[...], caso ‘o mundo inteiro, repleto de riquezas’, pertencesse só a ela, isso lhe daria a imortalidade. ‘Não’, responde Yajnavalkya, ‘a sua vida seria como a vida das pessoas ricas. Não há, no entanto, esperança de imortalidade pela riqueza.’
Maitreyee comenta: ‘De que me serve isso, se não me torna imortal?’” (p. 27).
“A questão não é a possibilidade de viver para sempre [...], mas a possibilidade de viver realmente bastante tempo [...] e de levar uma vida boa enquanto ela durar [...].”
(p. 27-28).
“‘A riqueza evidentemente não é o bem que estamos buscando, sendo ela meramente útil e em proveito de alguma outra coisa’.” (p. 28).
”Geralmente temos excelentes razões para desejar mais renda ou riqueza. Isso não acontece porque elas sejam desejáveis por si mesmas, mas porque são meios admiráveis para termos mais liberdade para levar o tipo de vida que temos razão para valorizar.” (p. 28).
“A utilidade da riqueza está nas coisas que ela nos permite fazer - as liberdades substantivas que ela nos ajuda a obter.” (p. 28).
“É tão importante reconhecer o papel crucial da riqueza na determinação de nossas condições e qualidade de vida quanto entender a natureza restrita e dependente dessa relação.” (p. 28).
“Uma concepção adequada de desenvolvimento deve ir muito além da acumulação de riqueza e do crescimento do Produto Nacional Bruto e de outras variáveis relacionadas à renda. Sem desconsiderar a importância do crescimento econômico, precisamos enxergar muito além dele.” (p. 28).
“[...] É sem dúvida inadequado