Fichamento "desafios brasileiros na era dos gigantes"
Palavras-chave: disparidades; concentração de poder; desmobilização; aparelho policial; visão economicista; teoria econômica clássica; estratégia liberal; emprego; fatores de produção; divisão do trabalho; especialização; progresso tecnológico; concentração da renda; economia internacional.
“As disparidades, que resultam de mecanismos formais e informais de concentração e de conservação de poder em todas as suas dimensões, são reconhecidas pela minoria que delas se beneficia e pela imensa maioria que delas é vítima. De um lado, os que delas se beneficiam as condenam apenas na retórica, pois defendem com vigor, na prática, os mecanismos específicos que geram essas disparidades. Aceitam, em geral com entusiasmo, a ideia de que se devem desenvolver ações humanitárias, de natureza privada de preferência, e de que cabe à sociedade se tornar solidária e assim atenuar as desigualdades e combater as injustiças.” p. 16 |
“... a maioria da população, vítima das disparidades e dos mecanismos de concentração de poder que as agravam, não tem sido capaz de se mobilizar para promover a reversão desses mecanismos e a consequente redução das disparidades. A desmobilização dessa massa se faz pela difusão de visões da sociedade que a responsabilizam pelas suas misérias...” p. 17 |
“O aparelho policial age com extrema severidade com as populações pobres, negras e mestiças e com extrema leniência com população de classe média branca e em especial com os ricos e poderosos.” p. 20 |
“A visão economicista da sociedade brasileira aceira a premissa da teoria econômica clássica que isola, para fins de análise, por serem exógenos, os fatores não econômicos, já que os considera implicitamente como estáveis ou irrelevantes, na medida em que a estrutura política e social que existe seria, por definição, natural, adequada e justa em seus fundamentos e funcionamento, cabendo