Fichamento De Sociologia
Autora: Cléria Botelho da Costa;
- Parte-se da premissa que o narrador ao contar sua memória constrói sua visão acerca dos fatos, assim o pesquisador pode atribuir ao mesmo relato outro significado. Nesse sentido o desafio do pesquisador é fazer o trabalho interpretativo sem ignorar a voz do narrador (p. 47);
- Para dar conta da problemática proposta a autora utiliza como exemplo um integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), chamado Rufino Silva, vindo da Paraíba e radicado em Brasília. A primeira percepção é que ao interpretar o narrador fazia-se um percurso pelo seu cotidiano, assim a subjetividade do pesquisador e do pesquisado se encontram propiciando um conflito de interpretações (p. 48);
- O relato do narrador deve ser entendido como carregado de esperanças em um tempo que há de vir, isso implica em humanizar o tempo (p. 49);
- Ao interpretar abre-se uma relação entre o que é expressado pelo narrador e o pesquisador que atribui sentidos, tal relação é mediada por modos de viver, sentir e explicar o mundo, condicionando que a atribuição de sentidos culmine na construção do conhecimento histórico e permitindo que a voz do outro esteja presente na interpretação. Cabe ao pesquisador ir para além do que visível, procurar nas falas, gestos,olhares, silêncios, a imaginação e a subjetividade (p. 51);
- É preciso identificar o lugar do discurso do pesquisador que pertence a ambientes específicos, seja familiar, profissional, de lazer, político, fazendo parte de sua subjetividade (p. 51-52);
- Para a interpretação, a autora teve preferência em utilizar-se de conceitos prévios, mas tendo em vista suas reconstruções ao longo do tempo, procurando escapar de possíveis concepções mecanicistas ou deterministas (p. 52);
- O primeiro ponto relatado que é relevante estabelecer é a relação e o sentido que o entrevistado dá ao seu espaço, onde manifesta suas relações sociais e atribui significados a sua