Fichamento de "Pioneiros Crioulos"
1 - “Em primeiro lugar, quer se pense no Brasil, nos Estados Unidos, ou nas ex-colônias espanholas, a língua não era um elemento que os diferenciasse das respectivas metrópoles imperiais.” Página 84
2 - “Pelo menos na América Central e na América do Sul, a ‘classe média’ de estilo europeu, ainda no final do século XVIII, era insignificante. O mesmo quanto à intelectualidade (...) Isso sugere claramente que a liderança estava nas mãos de fazendeiros ricos aliados a um número um pouco menor de comerciantes, de vários tipos de profissionais.” Página 85
3 - “Longe de tentar ‘conduzir as classes inferiores à vida política’, um fator essencial que impulsionou a luta pela independência em relação à Madri, em casos importantes como o da Venezuela, do México e do Peru, foi o medo de mobilizações políticas das ‘classes baixas’: a saber, as revoltas dos índios ou escravos negros.” Página 86
Obs.: Anderson está até aqui negando a tese de Nairn que esses movimentos nacionalistas tenham sido liderados por uma classe média, e que estes projetos visassem ‘conduzir as classes inferiores à vida política’. Os crioulos, privados das “funções administrativas e comerciais mais importantes”, e em geral, convertidos fazendeiros ricos, seriam os condutores do processo.
4 – “Quando Madri, em 1789, decretou uma nova lei mais humanitária para os escravos, especificando detalhadamente os direitos e deveres dos senhores e escravos, ‘os crioulos rejeitaram a intervenção estatal alegando que os escravos eram propensos ao vício e à independência, e eram fundamentais para a economia. Na Venezuela, - na verdade em todo o Caribe espanhol – os fazendeiros resistiram à lei e conseguiram a sua suspensão em 1794’. O próprio Bolívar, o Libertador, disse certa vez que uma revolta negra era ‘mil vezes pior que uma invasão espanhola`”. Página 86
Obs.: Neste exemplo, Anderson mostra como a metrópole aplicado uma lei mais favorável aos escravos,