FICHAMENTO CARVALHO, José Murilo. A construção da ordem; a elite política imperial/Teatro das sombras; a política imperial. Rio de Janeiro: UFRJ/Relume-Dumará, 1996.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Faculdade de Direito
Departamento de Direito Privado
Disciplina: História do Direito
Professora: Daniela Regina Wobeto de Araujo
Aluna: Heloisa Maria Stipp Correia Turma: Direito Noturno. N1

CARVALHO, José Murilo. A construção da ordem; a elite política imperial/Teatro das sombras; a política imperial. Rio de Janeiro: UFRJ/Relume-Dumará, 1996.

José Murilo de Carvalho, em seu livro "A construção da ordem: A elite política imperial", no capítulo três, intitulado "Unificação da elite: uma ilha de letrados", afirma que a educação superior foi um poderoso elemento de unificação ideológica para a elite. Segundo o autor, a elite era "uma ilha de letrados num mar de analfabetos". Além disso, a educação superior se pautava no conhecimento jurídico, fornecendo um núcleo de habilidades para a elite. Outro fator contribuinte, foi a abertura de novas universidades nas capitais provinciais, que possibilitavam o contato entre os estudantes, criando um sentimento de união e homogeneidade. Antes da criação das novas universidades, o centro universitário concentrava-se em Coimbra, de origem francesa, onde predominavam as orientações jurídicas francesas e italianas, bastante influenciadas pelo direito romano.
Criada em Lisboa em 1290, e depois transferida para Coimbra em 1308, a Universidade retornou para Lisboa em 1384 por D. João I. Influenciados pelos ideais monárquicos de D. João I, o jurisconsultos foram os organizadores teóricos dessa ditadura, e perduraram até 1537, ano em quem a Universidade retornou à Coimbra. Neste período, a Universidade ficou controlada pelos jesuítas e se isolou das influências europeias. Além disso, segundo o autor, a frequência no Colégio das Artes tornou-se obrigatória para aqueles que cursavam leis e cânones, e ficou claro o favorecimento do ensino religioso após o Concílio de Trento.
De acordo com o autor, posteriormente, em 1759, esta situação se modificou com a expulsão dos jesuítas de Portugal e das colônias.