Fichament
“A expressão “gênero” esteve, na tradição ocidental especialmente ligada aos (gêneros literários, cuja a análise se inicia com Platão para se firmar com Aristóteles, passando por Horácio e Quintiliano, pela idade Média, o Renascimento e a Modernidade, até os primórdios do século XX. Atualmente, a noção de gênero já não mais se vincula apenas á literatura, como lembra Swales ( 1990: 33 ), ao dizer que “hoje, gênero é facilmente usado para referir uma categoria distintiva de discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com ou sem aspirações literárias”.” ( Página 147 )
“ É com Aristóteles que surge uma teoria mais sistemática sobre os gêneros e sobre a natureza do discurso. Aristóteles diz que há três elementos compondo o discurso:
(a) aquele que fala;
(b) aquilo sobre o que se fala e
(c) aquele a quem se fala.” ( Página 147 )
“Num discurso existem, segundo Aristóteles, três tipos de ouvinte que operam.
(i) Como espectador que olha o presente;
(ii) Como assembleia que olha o futuro;
(iii) Como juiz que julga sobre coisas passadas
E a esses três tipos de julgamento Aristóteles associa três gêneros de discurso retórico:
(i) discurso deliberativo;
(ii) discurso judiciário;
(iii) discurso demonstrativo (epidítico).
Do ponto de vista funcional, o discurso deliberativo servia para aconselhar/desaconselhar, e voltava-se para o futuro por ser exortativo por natureza. Já o discurso judiciário tem função de acusar ou defender e reflete-se sobre o passado, enquanto o discurso demonstrativo tem caráter epidítico, ou seja, de elogio ou censura, situando-se na ação presente.” ( Página 148)
“Aristóteles distinguiu entre a epopeia, a tragédia, a comédia, cujos tratados foram conservados e ainda a autélica, o ditirambo e a citarística,