ficha de estagio
O presente trabalho é resultado de pesquisa realizada no nível de mestrado em história da educação, e se integra nas atividades do projeto “O Arquivo e a biblioteca como lugares de memória: a constituição do
Centro de Memória da Escola Estadual Carlos Gomes”; financiado pela FAPESP e pelo
FAEP/UNICAMP, e coordenado pela professora doutora Maria Cristina Menezes, da Faculdade de
Educação da Unicamp. O objetivo da pesquisa foi historicizar a existência de um tipo de instituição, ambígua em sua definição, haja visto que profissionais, autoridades e legisladores ora lhes atribuíssem função de complemento ao ensino primário, ora função de formação docente: as escolas complementares.
Ainda que pese a ambigüidade apontada, as escolas complementares foram responsáveis pela formação de mais de dois terços dos professores para o ensino primário no Estado de São Paulo, desde o início da
República, até 1911. Tradicionalmente, na produção acadêmica sobre a formação de professores em São
Paulo, essa escola é apresentada como uma instituição de segunda categoria, e identificada pela distância na sua organização curricular e programática, se comparada com a única Escola Normal existente no período. Embora, de modo geral, tenha se procurado caracterizar esse tipo de estabelecimento escolar – que chegou a ter cinco unidades instaladas no Estado de São Paulo – de forma específica interessava abordar a história da instituição fundada na cidade de Campinas, no ano de 1903: a Escola Complementar de Campinas. O município de Campinas, que havia tido decisivo papel na propaganda que levaria à instauração do regime republicano, apostava na educação para a consolidação do novo regime, chegando a ser a cidade com maior número de escolar municipais em todo o Estado de São Paulo; tornando necessário a existência de uma escola para a formação dos professores. Como fontes documentais para a pesquisa foram utilizadas, prioritariamente, as fontes primárias do arquivo