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também, em abundancia. Era só olhar pra televisão, que eu lembrava de trocá-la para arranjar um jeito de te levar à qualquer lugar que você quisesse. Mas… Você já tinha ido. Você foi. Nem te vejo mais, nem te ouço, nem te toco. Você saiu de casa, foi se aventurar, sem mim. Sem o meu olhar vigilante, sem minha voz rouca para te gritar quando avistasse qualquer perigo.
Olha, vamos seguir a sequência da música, tudo bem? Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém afim de te acompanhar. O sufoco eu já conheço. Aliás, é ele que está evacuando minha alma nesse exato momento. Sufoco da sua ausência. Falta eu te mostrar alguém para te acompanhar nas suas viagens loucas de moto por estradas de terra, não é? Então olhe para mim e avistará esse alguém.
É, eu sei. Não funcionou. Eu sei que você não vai voltar agora. Eu sei que ser tudo o que eu sou não vai te fazer voltar. Eu sei que sentir o que eu sinto por suas coxas não vai te fazer olhar para mim. Eu sei. Sou tão lúcida, tão acostumada a me acertar com a vida, que, aceito. Aceito o nosso destino em que o tempo te leva. Está levando. Mas eu não vou pegar carona, não vou te acompanhar. Ficarei aqui, no nosso canto preferido da nossa sala de cinema preferida, assistindo Ironias do Amor no repeat. Te espero voltar.
E quando você voltar, ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente