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Segundo Friedrich, o apocalipse que antes evidenciava o temor dos desígnios divinos, hoje é visto como uma vingança da natureza. O que não elimina a idéia de uma humanidade pecadora ou culpada. Culpada de seu próprio poder destrutivo, não importa de que forma ele se expresse.
Esse livro discute o medo de extinção da raça, o medo de que o sol nunca mais brilhe, medo ressuscitado a cada tempestade, terremoto ou epidemia, seja a peste negra ou a Aids. E mostra que — por mais que desastres naturais e os males aterrorizem a humanidade — episódios como o surgimento do primeiro campo de concentração nazista na cidade alemã de Dachau e a explosão da bomba atômica em Hiroxima, no Japão, provocam muito mais impacto nos Estados, uma vez que são o retrato mais nítido do apocalipse moderno de um povo ou de uma espécie.
A idéia da morte, não apenas a individual, mas da morte coletiva, da extinção da raça, do fim do mundo, remonta aos primódios da humanidade, ao medo de que o sol não voltasse a brilhar no final do inverno.O fim do mundo é um mito presente em todas as culturas, transmitido geração após geração pela tradição oral e que pode ser identificado nos escritos mais remotos. São tantas as histórias que o jornalista Otto Friedrich decidiu estudar a idéia do apocalipse, onde analisa as catástrofes que se abateram sobre a humanidade, desde os tempos bíblicos ao medo do holocausto nuclear.