feudalismo
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O NASCIMENTO DA IDADE MÉDIA A PARTIR DA ANÁLISE
COMPARATIVA DAS OBRAS: PASSAGENS DA
ANTIGUIDADE AO FEUDALISMO E DECLÍNIO
E QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO1
Marcos Emílio Ekman Faber2
Resumo
Neste artigo analiso o fim do Império Romano do Ocidente e a conseqüente fragmentação de poder na Europa. Minha análise ocorre a partir de três pontos principais: os motivos do declínio econômico romano; as invasões bárbaras e; a cristianização do Império, assim como o papel desempenhado pela igreja cristã no processo de reestruturação européia.
Como metodologia, utilizei a análise comparativa das obras Passagens da Antiguidade ao
Feudalismo de Perry Anderson e Declínio e Queda do Império Romano de Edward Gibbon.
Sendo o primeiro um autor marxista e o segundo um livro clássico, escrito no séc. XVIII, de um autor iluminista que influenciou as gerações que o seguiram.
Palavras-chave: Crise do Império Romano. Nascimento da Idade Média. Mão-de-obra escrava. Introdução
A proposta deste artigo é analisar o nascimento da Idade Média européia a partir da análise comparativa das obras Passagens da Antiguidade para o Feudalismo3 de Perry
Anderson e Declínio e Queda do Império Romano de Edward Gibbon. Os autores foram escolhidos por serem representantes de vertentes históricas distintas, mas também por terem vivido em épocas diferentes. Enquanto o primeiro autor é um historiador contemporâneo adepto do materialismo histórico dialético em sua versão contemporânea, o segundo é fruto do século XVIII – Declínio e Queda do Império Romano foi escrito entre
1766-1788 – Gibbon, um iluminista, influenciou as gerações que o seguiram, principalmente os historiadores positivistas. Neste artigo a versão de Declínio e Queda que será analisada é a edição abreviada4.
A comparação das duas obras será centralizada na análise de três aspectos
principais: