FENOMENOLOGIA
AUTOR: Oliver Schmidt Silva
Husserl e a Redução Fenomenológica: como é o mundo?
Este artigo trata de elucidar resumidamente o objetivo da fenomenologia de Husserl e, consequentemente, desvelar o significado da redução fenomenológica. Com este fim, proponho-me a focar na crítica de Husserl à atitude natural do homem e promover a possibilidade de retirar a atenção habitualmente dirigida ao mundo, tão comum e cada vez mais intensa por conta de nossa sociedade, a fim de ver o mundo tal como ele é.
A fenomenologia de Husserl
O grande objetivo de Husserl com a criação da fenomenologia era o de encontrar um fundamento absolutamente evidente que pudesse servir de enunciado das ciências positivas (Luijpen, 1973). Na época da criação da fenomenologia, por Husserl, havia uma supervalorização do mundo objetivo (científico), uma crise das ciências, a qual, inclusive, serviu de tema de sua última obra "Die Krisis der europäischen Wissenschaften und die transzendentale Phänomenologie: Eine Einleitung in die phänomenologische Philosophie" (1936). Mas o que não havia naquela época era a elucidação do objeto de estudo destas ciências, que fez com que elas alcançassem um campo indefinido de pesquisa e um grande status, chegando até mesmo a afirmar que o método científico seria capaz de pesquisar e julgar a própria existência do homem. O que acontecia na época da crise das ciências pode ser comparado a um físico que é crítico em relação à experiência científica, mas que não coloca em questão o que é científico, muito menos o que é uma experiência; ou seja, não questiona o próprio fundamento de sua ciência (Luijpen, 1973). O que começou a haver foi um afastamento do mundo tal como ele aparece ao sujeito; o que era científico, ou seja, o que era