Febre no RN
Carlos Moreno Zaconeta , Paulo R. Margotto
Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco 3ª Edição, Editado por Paulo R. Margotto, em preparação
INTRODUÇÃO: O atendimento ao recém-nascido (RN) febril constitui um desafio até para pediatras muito experientes.
A grande variabilidade de prováveis desfechos costuma gerar ansiedade e preocupação nos pediatras atendentes.
O reconhecimento e intervenção precoces de algumas doenças podem salvar a vida de um neonato.
Uma abordagem serena, sistematizada e atenta é necessária e, na maioria das vezes, suficiente para resolver o problema do binômio mãe-filho.
OBETIVOS:
Discutir uma abordagem racional e organizada do RN que foi de alta saudável e retorna com febre pelo Pronto Socorro (PS) ou ambulatório.
Incrementar a resolutividade dos pediatras em relação ao RN.
Incentivar a suspeita de doenças potencialmente fatais para o RN.
APRESENTAÇÃO DE CASOS CÍNICOS:
CASO CLÍNICO Nº1:
RN com 3 dias de vida, consultou no PS por febre de 38ºC. Bom estado geral, exame segmentar normal.Foi colhido hemograma completo + VHS. Leucócitos 6500 (seg 60% bast 0% linf 30%). VHS= 1. Alta do PS no mesmo dia.
RN retornou após 48 horas, mal perfundido, desidratado, apático. Colhido novo hemograma + hemocultura. Recebeu fase rápida de expansão com solução glico - fisiológica 50 ml/Kg e HV 110 ml/kg. Evoluiu com crise convulsiva prolongada e aprofundamento do coma. Encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Faleceu após algumas horas. O hemograma não apresentava alterações e a hemocultura foi negativa. O laudo da necropsia informou presença de edema cerebral importante e necrose tubular aguda provavelmente devido a choque por desidratação.
CASO CLÍNICO Nº 2:
RN com 15 dias de vida, nasceu com 39 semanas, parto cesárea, Apgar 9 e 10. Consultou no pronto socorro por febre. Internado para observação. Hemograma normal. Na evolução apresentou