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Foi Platão quem desenvolveu a ideia de que a nossa experiência, ao utilizar apenas o testemunho dos sentidos, é uma fonte de erros. Por isto, seria necessário elaborar teorias racionais, como uma tarefa da inteligência em descobrir a ordem que haveria por trás da aparente desordem dos fenômenos sensíveis e perceptíveis. O verdadeiro mundo, para Platão, é o mundo das ideias, que contém modelos e essências de como as aparências devem se estruturar. A forma das coisas, acessível as sentidos, apenas nos mostra “como” elas são, mas não “o que” elas são. A percepção sensorial é, por conseguinte, apenas as sombras da realidade. Platão se indagava: como conhecer toda a realidade apenas percebendo com os sentidos? Ele foi o primeiro filósofo a desenvolver uma teoria sobre o mundo. A sua Teoria das Formas é um exemplo disso, e revela a tentativa de fundamentar um conhecimento certo e verdadeiro para além do cambiante e fugaz mundo dos fenômenos. Para Platão, o mundo sensível está em constante mudança e, neste caso, se tora impossível conhecê-lo por razões óbvias: não se pode conhecer uma coisa que deixa de ser ela mesma na sucessão do tempo.

O recurso metodológico e filosófico para solucionar esta dificuldade é pressupor que exista na coisa algo que permanece ou que esteja presente na sucessão do tempo: é a sua ESSÊNCIA. Para Platão, a essência da coisa está em sua Forma ou Idéia. Assim, para toda coisa do mundo sensível existe uma certa Idéia ou Forma que lhe corresponde como sua essência ou natureza. As idéias são perfeitas, imutáveis e não habitam o mundo espaço-temporal, sendo apreendidas apenas pelo pensamento puro. As coisas sensíveis sãos como cópias imperfeitas das Idéias ou Formas, já que por princípio uma coisa perfeita, se mudar, é para pior. A mudança aparece como o elemento que corrompe e degenera, pois afasta cada vez mais a coisa de sua natureza.

Platão também salientou a importância das definições: saber algo não basta nomeá-lo, mas defini-lo em termos