Farmacologia
Farmacocinética
1
Fármaco no local da administração
I. RESUMO
O objetivo do tratamento medicamentoso é prevenir, curar ou controlar doenças. Para alcançar esse objetivo, doses adequadas de fármaco devem ser oferecidas aos tecidos-alvo, de forma a serem obtidos níveis terapêuticos, porém nãotóxicos. A farmacocinética estuda o movimento de um fármaco no organismo durante um determinado período. O clínico precisa reconhecer que a velocidade do início da ação, a intensidade do efeito e a duração da ação do fármaco são controladas por quatro vias fundamentais do movimento e da modificação do fármaco no organismo (Figura 1.1). Primeiro, a absorção do fármaco desde o local de administração (entrada) permite o acesso do agente terapêutico (seja direta ou indiretamente) no plasma. Segundo, o fármaco pode, então, reversivelmente sair da circulação sangüínea e distribuir-se nos líquidos intersticial e intracelular (distribuição). Terceiro, o fármaco pode ser biotransformado no fígado, nos rins ou em outros tecidos. Finalmente, o fármaco e seus metabólitos são eliminados do organismo (saída) na urina, na bile ou nas fezes. Este capítulo descreve como o conhecimento desses processos influencia as decisões clínicas quanto à via de administração de cada fármaco, a quantidade e a freqüência de cada dose e aos intervalos de dosagem.
1
Absorção
(entrada)
Fármaco no plasma
2 Distribuição
Fármaco nos tecidos
3
Biotransformação
Metabólito(s) nos tecidos
4
Eliminação
(saída)
II. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do fármaco (p. ex., hidro ou lipossolubilidade, ionização, etc.) e pelos objetivos terapêuticos (p. ex., a necessidade de um início rápido da ação ou a necessidade de administração por longo tempo ou restrição de acesso a um local específico). Há duas vias principais de administração de fármacos, enteral e parenteral. (A Figura