família-trabalho reestruturação produtiva
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O desemprego, nos anos 90, assumiu características específicas, atingindo patamares mais elevados que na segunda metade da década anterior (Montali, 2000b; Brandão; Montagner, 1996). A partir de 1990, quando começaram a ser eliminados postos de trabalho na RMSP como conseqüência da reorganização das formas de produção e gestão e da abertura da economia ao comércio internacional, a taxa de desemprego superava os 10% da PEA, recrudescendo, em 1992, quando ultrapassou os 15%. Entre 1992 e 1997, as taxas de desemprego total registradas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego, da Fundação Seade, oscilaram ao redor de 16% da população economicamente ativa e, com exceção de 1995, são bastante próximas daquelas verificadas durante a crise do início da década de 80, ou seja, de 16,0% em 1981 e de 16,5% em 1983 (Dieese, 1984). Outro patamar mais elevado de desemprego se estabeleceu a partir de maio de 1997, na Região Metropolitana de São Paulo. Em 1998, a média anual chegou a 18,2% e, em 1999, alcançou 19,3%, "superando mais uma vez todos os patamares anuais registrados na PED" (Fundação Seade, 2000).A deterioração das condições de inserção no mercado de trabalho, na década de 90, incluindo o aumento do desemprego e dos postos de trabalho precários, provocou a queda dos rendimentos do trabalho para os ocupados, com maior intensidade nos últimos anos, quando novamente ocorreu redução da atividade econômica em âmbito nacional. Entre 1995 e 2000, o rendimento real médio dos ocupados reduziu-se em 14,3% (Fundação Seade, 2000). Quando considerado o período 1989-2000, a queda correspondeu a cerca de 20%, porque, mesmo com a recuperação do rendimento dos ocupados entre 1994 e 1996, não foram atingidos os níveis vigentes em 1989 na Região Metropolitana. As conseqüências das alterações nas possibilidades de inserção no mercado de trabalho e da queda dos rendimentos provenientes do trabalho são evidentes sobre o rendimento familiar médio e per capita. Foi possível identificar três