falcão
Falcão é o jovem que vigia e protege os traficantes, a "boca" e os moradores da comunidade, é aquele que está no tráfico noturno.
A polícia para eles é o inimigo maior, mas pode ser também aliada, para ignorar o que acontece nas favelas: "Se acabar o crime, acaba a polícia", dizem eles, fazendo alusão ao recebimento de propinas por parte de policiais, para "melhorar o salário deles". Então preconizam que o tráfico não vai acabar tão cedo!
As armas exercem um enorme fascínio sobre estes jovens, que as define como algo que os protege, dá respeito e atrai as meninas, para eles é um instrumento de poder portar um fuzil ou uma pistola.
Foi interessante observar que tratam os mais velhos da comunidade com respeito, à exceção daqueles que os delata "X-9", para estes não importa a idade, a sentença é uma só: A morte.
Eles acham que não fazem parte da sociedade, que o morro é um caso à parte. Acham que não são nada e que estão ali para tudo, para o que vier. Não parecem ter medo de qualquer força de repressão, estão ali para enfrentar, para matar ou morrer, e a morte é vista como uma conseqüência natural para quem vive do tráfico.
Mantêm certo assistencialismo para com os moradores da favela, compram gás, brinquedos, ajudam na construção dos barracos, enfim, compram o silêncio trocando por mercadorias, doam o caixão também...
Dinheiro e poder é o que a companhia de um bandido (Fiel) traz para estes menores, segundo a concepção deles. O "Fiel" é mais importante que os outros amigos, mais importante que os pais, parece existir uma nova estrutura de autoridade para estas crianças – "...onde a bala come, a lei é a do cão"...
Alguns já adultos e com seqüelas de tiros e brigas,