Líderes de diversas religiões repudiaram hoje (19) a decisão do juiz da 17ª Vara Federal do Rio, Eugênio Rosa de Araújo, que negou o pedido de retirada de vídeos com mensagens de intolerância contra religiões afro-brasileiras, por considerar que a umbanda e o candomblé “não contêm os traços necessários de uma religião”, como um texto-base, a exemplo da Bíblia, uma estrutura hierárquica e um Deus a ser venerado. As críticas foram feitas durante o lançamento da campanha promovida pela Pastoral do Esporte da Arquidiocese do Rio para a Copa do Mundo de 2014. Intitulada "Por um mundo sem armas, drogas, violência e racismo", a campanha foi promovida em um evento inter-religioso nesta segunda-feira, no Estádio Jornalista Mário Filho, Maracanã. O babalorixá Carlos Ivanir dos Santos afirmou que o candomblé vive tempos difíceis e agradeceu o apoio de representantes de outras denominações religiosas que criticaram a decisão: "O que leva ao ódio é a ignorância. É a ignorância que cria o que estamos vendo na Nigéria [referindo-se ao grupo fundamentalista que sequestrou meninas por acreditar que mulheres não devem estudar], onde um grupo quer impor a sua verdade sobre outros". De acordo com Santos, "A questão da intolerância religiosa tem sido um fator importante para o ódio. Quando um juiz de um Estado laico desrespeita a Constituição, colocando uma opinião preconceituosa, se fomenta o ódio contra as religiões de matriz africana”, criticou, classificando a argumentação do juiz como elitista e racista. Na decisão, Eugênio Rosa de Araújo afirmou que “as manifestações religiosas afro-brasileiras não se constituem em religiões, muito menos os vídeos contidos no Google refletem um sistema de crença – são de mau gosto, mas são manifestações de livre expressão de opinião” A mãe Fátima Damas, umbandista, também defendeu sua religião contra a visão do juiz. "É muita ignorância da parte dele. Ele precisa entender que existe a cultura oral. É impraticável a gente aceitar que