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Essa máxima, extraída do livro Ilusões, de Richard Bach, sintetiza o inatismo de Platão, doutrina filosófica segundo a qual aprendemos devido a um processo natural de descobertas, capaz de desentranhar conhecimentos racionais e idéias verdadeiras que se encontram, a priori, latentes, guardados em nosso mundo interior.
O núcleo da filosofia de Platão é, sem dúvida, a reencarnação, a qual tem efeitos profundos sobre sua concepção educacional, embora inúmeros intérpretes de sua obra prefiram seguir uma vertente mais materialista e distante de qualquer conotação espiritual. Os dois aspectos pedagógicos mais significativos de sua obra só podem ser realmente compreendidos à luz da crença nas várias existências. Platão acredita que a educação deve ser direcionada à aquisição do conhecimento do Bem e da Verdade, e também que aprender é recordar.
Isto só é possível, segundo o pensador, porque na esfera superior dos céus estão estabelecidas as Verdades Eternas, em um recanto metafísico conhecido como Hiperurânio. Aí é possível encontrar as ideias e formas puras, concretas, eternas, inalteráveis e perfeitas.
A alma humana, ao se desprender do corpo, após a morte, tem a oportunidade de vislumbrar este universo, centro das existências passíveis de serem compreendidas; o mundo material, criado pelo artífice divino, é, portanto, apenas uma reprodução imperfeita e passageira deste modelo ideal. Uma vez contemplado o verdadeiro conhecimento, o Homem guarda no íntimo de sua essência a memória desta visão, embora conscientemente esqueça de tudo ao renascer.
Após o contato inicial com a fonte do saber, o ser humano o busca inconscientemente ao longo de sua trajetória existencial, guardando, assim, uma forte inclinação a alcançar este grau de excelência. Ao se deparar, no mundo das sensações físicas, com objetos que lhe despertam a