FACULDADE FARIAS BRITO
CURSO DE DIREITO LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL PROFESSOR EUCLIDES HOLANDA
ANCELMO LINS
Dissertação sobre as condições de vida dos nordestinos que migraram para a produção de borracha no Norte do país.
Fortaleza, CE – 2015
Impulsionados pela grande seca ocorrida no século XIX em todo o nordeste brasileiro, milhares de nordestinos decidiram migrar para a região norte do país em busca de empregos nos seringais da Amazônia. Esses nordestinos buscavam uma melhoria na qualidade de vida de suas famílias, já que naquela época a produção de borracha estava em alta e acabou gerando milhares de empregos. Porém, não foi bem isso que aconteceu com aqueles que buscavam essa melhoria na qualidade de vida. Desde a chegada à Amazônia, o nordestino já se encontrava em uma situação desfavorável, pois o mesmo já começava a trabalhar endividado, uma vez que era obrigação do trabalhador nordestino reembolsar os gastos da viagem e os instrumentos que seriam utilizados na extração da seringa. Além desses gastos, também existiam as despesas com os suprimentos alimentares. Tudo isso deveria ser reembolsado para o patrão, o dono do seringal. Com essa precária situação financeira, os “arigós”, assim eram conhecidos os nordestinos, se viam obrigados a aceitar uma jornada de trabalho cruel e desgastante, chegando ao ponto de ser considerada desumana. A jornada começava já de madrugada quando o seringueiro começava a extrair o látex do tronco e só acabava a noite quando ele voltava para seu barraco. Esses e outros fatores, ocasionaram a morte de milhares de nordestinos que se encontravam em meio a essas condições desumanas de trabalho nos seringais da região norte do país.