Fabula dos porcos assados
Artigo Originalmente publicado em “Juicio a La Escuela Cirigliano, Forcade Tlich Editorial Humanitas, Buenos Aires. 1979”.
Uma das possíveis variações de uma velha história sobre a origem do assado é esta: certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde se encontravam alguns porcos. Estes foram assados pelo incêndio. Os homens, acostumados a comerem carne crua, experimentaram e acharam delicioso. Logo, toda vez que queriam comer porcos assados, incendiavam um bosque... até que descobriram um novo método.
Mas o que eu quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o sistema para implantar um novo. Fazia tempo que algumas coisas não iam bem: as vezes os animais ficavam queimados ou parcialmente crus; outras vezes de tal maneira queimados, que era impossível utilizá-los. Como era um procedimento montado em grande escala, preocupava muito a todos, porque se o Sistema falhava, as perdas ocasionadas eram igualmente grandes. Milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões eram os que tinham ocupacão nesta tarefa. Portanto, o Sistema simplesmente não deveria falhar. Mas, curiosamente, a medida que se fazia em maiores escalas, mais parecia falhar e maiores perdas parecia causar.
Em razão das deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o Sistema. Tanto assim que todos os anos realizavam-se congressos, seminários, conferências e jornadas para achar a solução. Mas parece que não acreditavam no melhoramento do mecanismo, porque no ano seguinte repetiam-se os congressos, os seminários, as conferências e as jornadas. E assim sempre.
As causas do fracasso do Sistema, segundo as especialistas, deveria ser atribuída ou a indisciplina dos porcos que não permaneciam onde deviam, ou a inconstante umidade da terra, ou ao serviço de Informações Metereológicas que não acertava o lugar, o momento e a quantidade de chuvas, ou...
As causas eram, como se vê,