Extrato PIrolenhoso

As crescentes perspectivas da diminuição da oferta de combustíveis fósseis, as novas normativas ambientais e a demanda energética cada vez mais intensa são fatores que têm influenciado uma busca intensa por fontes de energia alternativas, tais como a biomassa. O que é compreensível já que, segundo SEYE e PINHEIRO (2001), a biomassa é uma matéria prima energética importante, renovável e geralmente menos nociva ao meio ambiente quando comparado com combustíveis fósseis.
No Brasil, sua importância dá-se não somente por ser uma fonte renovável, mas também pelo significado histórico e econômico no país. O carvão vegetal é uma das mais importantes fontes de biomassa nacionais, uma vez que no mundo, o Brasil é o maior produtor e consumidor deste, com até ¼ da produção mundial interna. A maior parte do carvão produzido fica em território nacional e é consumido pelo setor industrial brasileiro, principalmente o siderúrgico (ABRACAVE, 2001).
Em contrapartida com o cenário exposto, percebe-se que, segundo VALENTE (1986), o processo para produção de carvão vegetal no Brasil é extremamente rudimentar e ocorre em fornos de alvenaria sem controles do processo e por análises exclusivamente subjetivas, como cor da fumaça e o tato do operador.
Outro fator atenuante é a quantidade de poluição emitida durante a conversão da madeira, apesar de oriundo de uma fonte renovável. Foram detectados inúmeros compostos poliaromáticos presentes na fumaça da carbonização, capazes de ocasionar toxicidade e mutagenicidade ao ser humano (PIMENTA et al, 1999).
Visto isto e considerando as condições insalubres nas instalações de carbonização da madeira, devido à exposição contínua dos operadores à fumaça, altas temperaturas e à poeira emitida, somado com a elevada perda energética devido a rusticidade do sistema, fez-se necessário a implantação de processos mais limpos e inovadores, que aumentassem, não somente o rendimento de carvão, mas também reaproveitassem os subprodutos ,diminuindo a emissão