Extrativismo vegetal no acre
No Acre, o extrativismo de produtos da biodiversidade beneficia direta e indiretamente centenas de milhares de famílias, além de contribuir para a manutenção e conservação de sistemas ecológicos e serviços ambientais. O extrativismo pode ser considerado um componente vital à economia local, pois promove o auto sustento de famílias, movimenta mercados locais e regionais, e causa baixo impacto em ecossistemas hídricos e florestais. A função socioambiental que esta população desempenha é central para a manutenção da floresta em pé. Detentores de conhecimentos e práticas tradicionais de sistemas de manejo agro extrativista, os extrativistas asseguram uma contínua adaptação da biodiversidade a novos contextos e processos de produção. As famílias extrativistas que vivem na floresta são responsáveis por toda a castanha-do-brasil que chega ao mercado. No estado do Acre, aproximadamente 5 mil famílias envolvidas diretamente com a extração da castanha têm neste produto parte essencial de suas rendas. A atividade extrativista da castanha é geralmente complementada pela agricultura em pequena escala e/ou atividades extrativistas de corte da seringa e pesca. Mesmo com algumas precariedades que caracterizam as condições de vida dos castanheiros e seringueiros da Amazônia, uma pesquisa demonstrou que extrativistas no Acre vivem melhor na floresta que nas margens das cidades. O extrativismo é o sistema de produção estratégico para garantir o processo de conservação e desenvolvimento. Tal convencimento dá-se pela luta dos movimentos sociais liderados pelos seringueiros e índios, que possuíam em sua cultura uma forma de exploração dos recursos florestais sem causar maiores danos ao ecossistema. O extrativismo é apontado às vezes como opção inviável para o desenvolvimento da Amazônia. Tal conclusão apóia-se em uma visão dessa atividade como simples coleta de recursos, o que excluiria técnicas como cultivo, criação e beneficiamento. No caso do Acre, essa visão é