Exportação de café
Resumo – Este trabalho objetiva analisar o comportamento da receita obtida com as exportações de café por meio das taxas de crescimento das variáveis preço do produto no mercado internacional, quantidade exportada, taxa de câmbio e políticas governamentais. Para tanto, foi utilizado o modelo shift-share, adotando-se como período de análise para os anos compreendidos entre 1989 e 2001. Os resultados permitem verificar que a variável preço é a mais relevante na determinação do comportamento da receita e em menor intensidade as outras variáveis incorporadas no modelo. Mesmo assim, observa-se que as receitas, durante o período analisado, cresce a uma taxa de 2% a.a. Tal comportamento indica que as mudanças estruturais as quais a atividade cafeeira foi submetida não impediram o bom desempenho da cultura, fato este percebido por meio da variável receita advinda das exportações brasileiras de café. Palavras-chave: modelo shift-share, economia cafeeira, política agrícola. 1. Introdução A cafeicultura brasileira vem perdendo importância em relação a outros setores da economia nacional, nos últimos 40 anos. No início do século XX, o café produzido no Brasil chegou a representar cerca de 80% de todo o café consumido no mundo (ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO CAFÉ, 2002). Em 2002, essa participação no mercado externo representava 28,3%. Mesmo assim, o país continua a ser o principal produtor e exportador de café, apresentando uma taxa de crescimento anual de 2,53%, no período de 1989 a 2002, possuindo relevante papel na economia nacional (FAO, 2004). Os negócios do café, segundo Resende (2001), representam mais de 5% no total das exportações do país. O agronegócio do café responde por uma fatia de 0,6% do PIB, o que eqüivale a, aproximadamente, US$ 3,4 bilhões de dólares (AGRIANUAL, 2002). Na última década do século XX, houve significativo aumento da produção de café nos países asiáticos e africanos, o que