Expansão Marítima
A expansão marítima é um dos temas presentes em "Os Lusíadas". Ao narrador principal cabe o relato da viagem de Vasco da Gama desde Moçambique até à Índia e toda a viagem de regresso.
Os portugueses foram os primeiros europeus a se lançar ao mar no período das Grandes Navegações Marítimas, nos séculos XV e XVI.
Os motivos que levaram os portugueses à expansão marítima foram alguns fatores políticos, sociais, económicos e técnicos que possibilitaram a procura por novas rotas de comércio com os mercados orientais, como por exemplo, a progressiva participação lusitana no comércio europeu, o investimento de uma burguesia enriquecida nas navegações, pois estava interessada no comércio de especiarias com o Oriente, devido aos enormes lucros que esse proporcionava, e o estudo náutico realizado na escola de Sagres, sob o comando do infante D. Henrique que reuniu uma série de cosmógrafos, cartógrafos, mercadores, aventureiros e navegadores, resultando a elaboração de mapas para orientar as viagens, a criação de novas embarcações como caravelas e o aperfeiçoamento de instrumentos de navegação como a bússola e o astrolábio. Além disso, a sua posição geográfica privilegiada no continente europeu facilitava o acesso ao oceano Atlântico, um espaço marítimo desconhecido pela maioria dos povos europeus.
O principal objetivo dos navegadores portugueses era dar a volta ao continente africano, ou seja, realizar o périplo africano. Deste modo, as condições políticas para se realizarem as expedições marítimas pela costa africana, remetem ao século XIV, quando Portugal se transformou num reino independente do reino espanhol de Castela. Isto deve-se à Revolução de Avis, ocorrida entre 1383 e 1385, quando D. João I liderou as tropas portuguesas contra o rei D. Fernando I, de Castela, representante herdeiro da dinastia de Borgonha. A batalha de Aljubarrota selou a vitória contra Castela, criando a dinastia de Avis e transformando Portugal no primeiro Estado