Exercícios de Sermão Sexagésima
1. (PUC-RJ):
Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia, e como fosse trazido à sua presença um pirata que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém, ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim.
— Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades e interpretar as signifi cações, a uns e outros defi niu com o mesmo nome: Eodem loco pone latronem et piratam, quo regem animum latronis et piratae habentem. Se o Rei de Macedônia, ou qualquer outro, fi zer o que faz o ladrão e o pirata, o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome. [Fragmento do “Sermão do bom ladrão”, de Pe. Antônio
Vieira]
Uma das mais importantes características da obra do Padre Antônio Vieira refere-se à presença constante em seus sermões das dimensões social e política, somadas à religiosa. Comente essa afirmativa em função do texto acima.
2. (UFOP) Sobre o Sermão da Sexagésima, de Antônio Vieira, é incorreto dizer que:
a) obedece rigorosamente às regras mais fundamentais da retórica para o púlpito, não descuidando de qualquer detalhe. b) pode ser definido como “uma profissão de fé oratória”, uma vez que aí ele expõe claramente os princípios de sua arte de pregar.
c) jamais se rende ao cultismo predominante na época, uma vez que o critica de forma precisa e clara.
d) combina de modo bastante feliz as regras clássicas de um discurso pagão aos princípios religiosos da doutrina cristã.
e) utiliza uma parábola do Evangelho de São Mateus como uma metáfora que se desdobra em inúmeras variações.
3. (UFOP) Considerando o texto do Sermão da Sexagésima, de