Exercícios de funções sintáticas
O livro digital e o demónio da analogia Há quase meio século, escutou-se pela primeira vez a profecia da morte do livro Iimpresso. Foi em 1962, e o profeta (a.) tinha nome que haveria de soar a visionário (b.): Marshall McLuhan. Reiterada de tempos a tempos, reativada como um programa inevitável a partir do momento em que a Internet e os motores de busca (c.) passaram a fazer parte do quotidiano (d.), em meados dos anos 90 (e.), a profecia não se cumpriu: a "galáxia de Gutenberg" não passou a ser uma coisa do passado, e a espécie do Homotyypographicus contInuou a crescer e amultiplicar-se, ainda que a sua condição seja agora híbrida (f.), já que passou também a responder - e todos nós sabemos com que solicitude e velocidade - às soli- citações da era digital (g.), Certo é que o caudal dos livros que se folheiam com os dedos (h.), os livros impressos, não parou de aumentar (i.). Robert Darnton, um dos mais importantes historiadores do livro e diretor da Biblioteca Universitária de Harvard ( j.), fornece os números desta marcha progressiva (k.), num tempo que se esperava ser de abrandamento: em 1998 foram publicados em todo o mundo (I.) 700 000 novos títulos, em 2003 foram 859 000 e em 2007 foram 976 000. Em suma, o mais velho instrumento de leitura - o códex - não apenas não foi expulso (de acordo com a velha teoria de que um novo meio de comunicação nunca exclui completamente o anterior) como manteve a sua posição de domínio absoluto.[..] Mas a razão pela qual os livros digitais não cumpriram exatamente (m.) o percurso Itriunfal que lhes tinha sido prometido no momento em que entraram em cena (n.) não tem a ver com resistências racionalmente elaboradas em função de danos e conveniências previsíveis (o.), mas sim com hábitos, sensações e vícios incrustados no corpo e no cérebro do leitor pela civilização do livro impresso (p.). [...] É por isso que os leitores de ebooks têm evoluído à medida desta determinação