Exemplo de reportagem
A situação brasileira 50 anos depois do ano que nunca teve fim.
Planalto central durante os anos de chumbo. Planalto Central em 2012.
Cinquenta anos se passaram do golpe militar e quase trinta com a democracia estabelecida. Houve muitas mudanças e muitas heranças que ficaram enraizadas durante essas cinco décadas.
Com tantos pontos de vistas negativos pairando sobre esse tópico, repletos de razão, é preciso entender os motivos do golpe e para isso, é necessária a compreensão de seu cenário, podendo assim obter um posicionamento justo e uma avaliação qualificada.
Há várias concepções diferentes sobre o golpe, algumas pessoas, com um ponto de vista mais objetivo, o consideram um fenômeno inevitável devido ao suposto avanço do socialismo, enquanto outras ressaltam os impasses políticos e o governo autoritário.
Ambas as concepções, mesmo que controversas, são visões muito frias, se tratando desse assunto não tem como deixar a humanidade de lado, afinal foi uma violência contra os direitos humanos. Para entendermos os parâmetros da situação conversamos com Yara Moreira, de 68 anos, professora de filosofia aposentada que viveu o ápice desse momento. “Eu estava na universidade na época, quando todos acham que a situação ficou feia de verdade depois do AI-5, não imaginam como foi para os estudantes da área de humanas, o AI-5 chegou mais cedo para os filósofos, sociólogos e historiadores. E acredite, ser mulher, negra e intelectual naquela época não foi nada fácil.” Afirmou a filosofa.
O Ato Institucional 5, foi o quinto de uma série de decretos, ficou conhecido como o mais rígido e dava poderes extraordinários ao presidente, da mesma maneira que limitava os direitos, já escassos, do povo. O AI-5 apenas chegaria para todos no final de 1968.
Yara ainda afirmou que todas as medidas foram muito irracionais se formos prezar pela integridade humana. “Era tudo a partir da violência, eu fui presa uma única vez com 20 anos durante um