Evolução urbana do brasil nestor goulart reis trabalhos escolares e acadêmicos prontos
Trecho
Nestor Goulart Reis
Concluímos que não existiu urbanização no Brasil durante os primeiros anos, enquanto Portugal praticou em relação ao novo território uma política de colonização com base apenas na economia predatória da extração de pau-brasil. O sistema de feitorias, que vinha sendo praticado como recurso de controle das linhas de comércio e, portanto, de controle das colônias da África e da Ásia e que nessas regiões implicava quase sempre no surgimento de novas aglomerações urbanas ou na transformação das já existentes, provou ser incapaz de promover os mesmos resultados em face das condições sócio-econômicas presentes na colônia da América.
Com a criação das capitanias e o estabelecimento de uma agricultura regular, Portugal inicia no Brasil uma nova forma de colonização, procurando encontrar um relacionamento mais favorável entre seus interesses e as condições locais. Como conseqüência, o Brasil passou a constituir uma retaguarda rural para os mercados europeus, aos quais encaminhava produtos agrícolas de produção especializada, a baixo preço, recebendo, em contrapartida, produtos manufaturados. É certo que "a América passa a constituir parte integrante da economia reprodutiva européia", mas o processo ocorre com características bem definidas, de ambas as partes: para os países europeus significa o aumento de demanda em seus mercados, o aumento de seu índice de urbanização e a propagação dos efeitos desse aumento de procura, sobre o conjunto da economia. Para a Colônia, significa a transferência para o exterior de todos os efeitos dinâmicos que sobre a sua economia teria a produção agrícola. Em certo sentido é possível afirmar que se estabelece, em escala internacional, aquela divisão de trabalho entre cidade e campo, que existia em princípio em nível regional.
As bases da expansão foram expostas: grandes unidades agrícolas dedicadas à monocultura, movidas com o emprego de trabalho escravo.