Evolução dos artropodes
Durante a evolução de uma determinada espécie ocorrem modificações em sua forma ao longo do tempo, com o surgimento de novos estados de suas características pela ocorrência de mutações e a fixação de tais novos estados modificados na espécie devido à adaptação e à seleção natural. É o que entendemos por evolução anagenética (processo de anagênese). No caso dos artrópodes ocorreu, durante a anagênese de sua espécie ancestral, o que podemos chamar de artropodização, ou seja, este ancestral “tornou-se artrópode”. Mas, o que isso significa?
Sugere-se atualmente que este ancestral, no início de sua anagênese, deveria ser um animal anelidiforme, ou seja, como um anelídeo (p.ex., minhoca): corpo mole alongado circular, vermiforme, formado por uma série de segmentos anelares homonomorfos (com formato igual), sem apêndices (p.ex., patas) ou no máximo com apêndices rudimentares não articulados, esqueleto interno (endoesqueleto) líquido e com cabeça pouco distinta do resto do corpo. Então, ao longo de sua anagênese este ancestral passaria pelo processo de “tornar-se um artrópode”, ou seja, acumularia uma série de transformações em sua morfologia que o levaria a um plano-básico artropodiforme. E quais seriam estas transformações?
Este animal passaria a apresentar um esqueleto externo (exoesqueleto) rígido, pelo endurecimento de sua cutícula, o qual lhe conferiria uma grande vantagem contra eventuais predadores e contra choques mecânicos. Também se desenvolveriam apêndices articulados, ou seja, apêndices formados por várias partes móveis, os artículos. Em princípio, deveria ocorrer um par de apêndices em todos os segmentos formadores do corpo do animal. Estes apêndices apresentariam inicialmente uma função locomotora, mas, rapidamente, alguns anteriores devem ter se transformado para uma função alimentar. Estes apêndices associados à musculatura estriada, em feixes geralmente antagônicos, passaram a apresentar uma movimentação mais rápida e forte,