Evolução da Inteligência
Junho de 2012
Patrícia Marinho
Introdução
Os humanos partilham muito da sua anatomia e fisiologia com outros animais, contudo somos fundamentalmente diferentes e essa diferença está inerente às capacidades cognitivas e ao desenvolvimento da inteligência, que se manifesta através da cultura, da linguagem e da complexidade das nossas sociedades.
Os animais diferem na inteligência e os humanos são considerados, de longe, os mais inteligentes. No entanto, não são claras quais as propriedades do cérebro que explicam esta diferença.
Não existe uma definição, universalmente aceite, de inteligência animal ou de como a medir, mas podemos tentar defini-la pelo sucesso e rapidez com que os animais, incluindo humanos, resolvem problemas de maneira a sobreviver no seu ambiente natural e reproduzirem-se. Isto inclui, obviamente, problemas relacionados com a alimentação, orientação espacial, comunicação intra-específica e relações sociais. No entanto, aquilo que cada espécie desenvolve como estratégia de sobrevivência diverge bastante, pelo que vários Ecologistas passaram a definir a inteligência como um agregado de habilidades especiais que evoluíram em resposta a ambientes específicos, e que uma boa maneira de medir a inteligência é a flexibilidade, mental ou de comportamento, que resultam no aparecimento de soluções que não faziam parte do repertório normal do animal em estudo [1].
Se usarmos essa flexibilidade como um critério para a inteligência, verificamos que, entre os primatas, os símios são mais inteligentes do que os macacos e estes mais inteligentes do que os prossímios; entre os símios serão os chimpanzés, os bonobos e os humanos os mais inteligentes [1].
As questões que se levantam são como relacionar essas diferenças de inteligência com as propriedades do cérebro, e quais as propriedades a comparar, o porquê disto ter ocorrido e quais as vantagens evolutivas.
O tamanho do cérebro
O tamanho absoluto