evolução da doença profissional no brasil
A reconstituição da evolução histórica da Saúde do Trabalhador, não podendo deixar de citar RAMAZZINI (1985), o precursor das discussões sobre doenças dos trabalhadores. No ano de 1713, edita uma publicação intitulada "De morbis artificum diatriba" (As doenças de Trabalhadores), onde ele relata sua experiência, como médico de operários e relaciona 54 profissões. Descreve as doenças de vários operários como mineiros, químicos, farmacêuticos e outros, relacionando-as com os seus ofícios. No que diz respeito ao objeto desta pesquisa, ele cita, já naquela época, o efeito lesivo do ruído ao relatar casos de surdez, observado nos bronzistas em função do uso de martelos de madeira e de ferro utilizados para bater o bronze.
São observados, nesta mesma época, movimentos ocorrendo em várias partes do mundo e, com auxílio de alguns autores importantes, faremos uma reconstituição dos fatos mais relevantes. FOUCAULT (1993) diz que a medicina social cumpriu três etapas de formação. A primeira, no começo do século XVIII onde o Estado, principalmente na Alemanha, centralizador, controlava o nível de saúde da população e, conseqüentemente, o saber médico, com o objetivo de melhorar o funcionamento da sua máquina. Era importante o controle do corpo dos indivíduos, pois, numa visão global, eles eram o Estado. A política médica de então consistia numa observação mais complexa da morbidade e uma normalização da prática e do saber médico. A segunda etapa pode ser mais bem observada na França, nos fins do século XVIII, com a urbanização. O surgimento da indústria transformou as cidades não somente no lugar de troca de mercadorias, como também no lugar de sua produção, havendo um acúmulo de população em determinados lugares e, conseqüentemente, um aumento das epidemias e uma necessidade de melhor estruturar urbanisticamente esses locais, surgindo o início da política sanitária, a higiene pública. Nesta fase, a medicina necessita do auxílio